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  • Dayane Machado

Casamento por um fio: O que podemos fazer?





Trecho de uma entrevista cedida à revista D'Ponta


1. O Brasil vive uma epidemia de divórcios. No entanto, alguns psicólogos vêm dizendo que muitos casais têm preferido tentar resgatar o casamento a se separar. Por quê?


Diversos motivos podem manter um casal unido mesmo quando a relação está enfraquecida ou abalada, dentre eles: hábito ou comodidade, crenças religiosas, receio em prejudicar os filhos com o divórcio, insegurança em relação ao futuro, medo da solidão; dependência emocional ou financeira, entre outros.


2. É possível reconstruir uma relação de forma sadia, sem trazer medo, culpa, mágoa e ressentimento do passado?


É possível. Se o foco e a intenção de ambos está em restaurar e reconstruir a união, devem deixar muito esclarecidos seus limites, suas prioridades. Muitas vezes, buscar a ajuda de um Psicólogo é bastante útil nesse processo de reconstrução, por levar em conta as particularidades da dinâmica de cada um.


3. Existe um ditado popular que diz que um casamento não acaba quando termina o amor, mas sim quando não há mais respeito. Que sentimentos ainda precisam existir na relação para que ela possa ser reconstruída?


Tolerância, paciência, esperança e disposição para conversar.


4. Quais são os conselhos gerais para o resgate de um casamento? O que fazer para retomar o relacionamento?


1. Deixe de lado os rótulos e os julgamentos que construiu sobre o outro ("ele é muito grosseiro"; ou "ela sempre será assim") Estes tipos de avaliação prejudicam a conexão entre o casal e limitam sua visão sobre o (a) parceiro (a).

2. Não fique esperando que o outro mude primeiro! Seja corajoso para iniciar as mudanças, se vulnerabilizar (dizendo do seu estado interno, das suas intenções, do que sente).

3. Pergunte a si mesmo “o que eu realmente quero?” A partir disso, descubra sua intenção.

Ela é importante para guiar suas ações. Seja autêntico ao falar sobre isso ao seu parceiro.

4. Esteja consciente de quais de suas necessidades são mais atendidas nesse relacionamento, e quais delas estão desatendidas. Comunique-as!

5. invista tempo para diálogo entre o casal, e busque psicoterapia se precisar de ajuda.



5. Quais os erros mais comuns de casais que tentam resgatar o casamento, mas não conseguem reconstruir a relação?


Depende de muitos fatores, como por exemplo, do motivo que levou ao conflito.

Às vezes, há tanta dor em ambos os lados, que se faz necessário um profissional ou mediador para facilitar o diálogo.

Em um caso em que houve perda de confiança, por exemplo, muitos tentam dar explicações, sem antes escutar o outro.

Quando um está magoado, fica difícil restabelecer a conexão se o outro insiste em se explicar.

A confiança não é construída ao tentar descobrir o que está errado. Mas sim por meio de uma combinação de sermos ouvidos, sermos acolhidos e saber como nossas ações afetam os outros.

Um pedido de desculpas pode ser superficial. Para que nossas palavras tenham o efeito que queremos, podemos, antes de mais nada, mostrar que estamos realmente dispostos a escutar o outro, e assimilar como nossas escolhas o afetaram.


6. Quando saber que não vale mais a pena lutar pelo casamento?

Existem sinais de que aquela relação não pode ser reconstruída?


Quando não há o sentimento de amor e respeito, quando alguma das partes não se sente disposta a se engajar no processo de reconstrução do relacionamento, quando há perda de interesse e vínculo afetivo pelo parceiro, quando ocorrem abusos de qualquer tipo, muitas vezes, a opção de divórcio é a mais viável.



7. Alguns casais evitam a separação por causa dos filhos. Esta é uma boa escolha? Qual é o papel dos filhos num casamento que precisa ser reconstruído?


Acredito ser mais prejudicial aos filhos conviver num ambiente de constantes brigas e discussões, do que o divórcio que proporcione estabilidade emocional para as partes envolvidas.

As crianças têm um potencial de adaptação muito grande. Possivelmente, elas irão se adaptar a novas realidades com facilidade. Importante que a convivência com ambos os cuidadores seja mantida e que os pais contem sobre os motivos da separação. Não é raro crianças se sentirem culpadas pelo divórcio pela falta deste esclarecimento oportuno.


Dayane Nowakowski Machado

Psicologa Clínica Cognitivo-comportamental

CRP 08/19218


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